Uma história de vida

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Comparação de fotos que meu irmão fez há um tempo atrás. A primeira, nos primeiros anos com o Bobby. A segunda, mais ou menos 10 anos depois. Olha só que amores! *—*

Eu era bem pequena quando o Bobby chegou aqui em casa. Eu tinha uns 6 anos de idade, mas tenho aquela imagem viva na minha memória como se eu tivesse uma fotografia desse momento, que posso rever quando eu quiser. Eu estava chegando da escola, e vocês podem imaginar minha felicidade ao olhar em direção ao quarto e ver, entre o vão da porta, aquela bolinha de pelos pretinha, caminhando em direção à mim. Eu não lembro se eu tinha vontade de ter um cãozinho, provavelmente sim, como toda criança, mas eu não estava esperando.

E é essa cena que eu tenho muito presente em minha mente: ele vindo até mim, com aqueles passinhos ligeiros que faziam barulho ao encostar as patinhas no piso, como continuou por toda a vida, inclusive. É um dos momentos mais felizes da minha infância que tenho lembrança. Eu nem podia acreditar que eu tinha um cachorrinho!

Bobby viveu conosco daquele momento em diante. Lembro de muitos momentos em que ele nos acompanhou. Enquanto o tempo passava, acabei nem percebendo, mas ele cresceu comigo. Porém, como o tempo dos cachorrinhos é diferente do nosso, percebi que aquele bebê que chegou aqui em casa, logo atingiu a adolescência, ainda na minha infância.

E como é característico da época, Bobby também teve seus tempos de rebeldia. Um poodle não costuma ser muito bravo, e é muito inteligente inclusive, mas Bobby aprendeu a morder, com cãezinhos menores da vizinhança e que não machucavam ninguém na verdade. Por morarmos em uma cidade do interior, ele podia viver livre na rua, brincando com seus amiguinhos. Uma pena que seu instinto o fizesse morder qualquer estranho que passasse na rua também. Essa mordida sim, era mais forte.

Bobby precisou ficar trancado no pátio, mas ele continuava animado e lhe dávamos o carinho que podíamos. Quando eu alcancei a adolescência, ele já era um adulto, um pouco cansado de brincadeiras, mas com a ternura de sempre nos olhos, era um companheiro. E alguns bons anos depois, ele já tinha maturidade suficiente para sair sozinho na rua novamente. Claro que ele sempre teve seus horários de passeio na coleira mesmo, e quando ele já tinha uns 10 anos de idade, passamos a soltá-lo sozinho.

Ele tinha seu horário de sair, dava sua voltinha e voltava pra casa, era acostumado. Começamos a perceber que Bobby ia longe, amigos comentavam que o viam por aí, ele era até conhecido já! E acho que nessa liberdade ele acabou comendo algo que não foi legal, ou indo à algum lugar onde infelizmente pegou carrapato. Fizemos o que tinha que fazer, levamos ao veterinário, demos remédios e tudo mais, mas ele continuava com suas voltinhas. Com isso ele foi ficando mais fraquinho, mas nessa época ainda não sabíamos a causa do problema. Até hoje não sabemos ao certo.

Sabíamos que ele estava velhinho, e a idade também o estava debilitando. Começamos a perceber que ele não escutava como antes, tinha dificuldade para enxergar e para comer, bem como acontece com uma pessoa mesmo. Nos seus últimos dias de vida, as idas ao veterinário eram bastante frequentes, e seus passeios aconteciam sempre com a ajuda de alguém.

Nunca vou me esquecer da dor no coração em vê-lo tropeçar por não enxergar, ou de termos que ajuda-lo a comer e fazer suas necessidades. Foram dias difíceis, tanto pra ele quando pra mim e minha família. E finalmente, como era pra ser, Bobby nos deixou ao meio dia de um sábado de primavera. Por volta de seus 15 anos de idade, há pouco mais de um ano atrás, enfim ele pôde descansar.

Essa não é uma história triste. É uma história de vida. Bobby foi um grande amigo que, como disse antes, hoje percebo que cresceu comigo e, devido ao seu tempo de vida, envelheceu antes de mim e me deixou grandes lembranças. As boas e as ruins construíram sua história e completaram a minha. ❤

Um momento especial, logo ali

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Registro do anoitecer na universidade, dos tantos que presenciamos

Acho interessante como a minha percepção para o momento da formatura no Ensino Superior mudou com o passar do tempo.

Lembro-me de quando eu era pequena, e via a felicidade dos meus pais ao ver algum amigo ou familiar concluindo esta etapa. Eu e meu irmão não entendíamos muito bem do que se tratava mas, pela emoção,  era fácil perceber que era algo especial. E não era o tipo de evento que frequentávamos sempre, o que aumentava ainda mais a nossa percepção da importância da data.

Com o tempo, passei a conhecer e entender a importância do momento. Entendi a emoção dos meus pais, e conheci seu anseio por ver os filhos naquela posição de colação de grau.

Depois de muito estudo, veio o vestibular e o ingresso na faculdade. Era o início de uma rotina em uma realidade bem diferente do cotidiano escolar ao qual eu estava acostumada, porém, ainda muito distante da formatura. Seriam necessários anos de mais estudo e muita dedicação, mas a formatura já era algo mais palpável, pois havia, finalmente, se tornado um objetivo real.

Mais algum tempo depois, os amigos começaram a se formar. Passei a ver mais pessoas queridas vivendo aquele momento especial, o que me fez sentir, mais ainda, que era algo que eu poderia conquistar também. Talvez seja um pouco difícil de explicar essa sensação, mas conforme esta conquista, mesmo que dos amigos, foi fazendo parte dos meus dias, mais eu me acostumava com ela. Porém, obviamente, sem nunca perder a emoção e orgulho pelo momento, inclusive, acho que o orgulho em ver alguém realizando foi uma das coisas que mais aumentou comparado à percepção que eu tinha quando era criança. Já é algo diferente, pois eu conheço o esforço necessário para isso, e muitas vezes até compartilho das dificuldades enfrentadas por aqueles que estão se formando.

Agora, no final da graduação, depois de realizar quase todas as provas, passar pelos momentos de sufoco e receber as aprovações necessárias, é como se a cerimônia de colação de grau fosse a cereja do bolo. Aquilo que é colocado no final e saboreamos depois de tudo, que é a verdadeira recompensa por todo o tempo de trabalho, marcando aquele momento com excelência.

É o momento de comemorar, com a consciência tranquila e as costas relaxadas depois de cumprir todas as obrigações. Além da emoção e do orgulho, surge um novo sentimento, é uma impressão de “é verdade isso mesmo??”, porque ainda é meio inacreditável pensar que não tem mais nada a se fazer, a não ser receber o diploma e festejar!

E amanhã é este dia especial para muitos dos colegas que tive durante o curso de Ciências Contábeis da Unisc, e estarei os aplaudindo feliz, emocionada e orgulhosa, mais ainda por pensar que, da próxima vez, no próximo semestre, seremos eu e meu irmão ali.

Lhes desejo muito sucesso sempre! Comemoro como uma conquista minha, e me alegro em compartilhar este momento com amigos, em especial Thais, Cris e Nádia. Parabéns pela formatura e aproveitem muito.

Lunática

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Se tem uma coisa que eu fico admirada olhando, é a Lua, gosto tanto dela. Em qualquer uma de suas formas: cheia, minguante, nova, crescente… só não gosto quando não aparece.

Talvez essa afinidade se dê pelo nome, talvez por meu signo de Câncer, ou talvez seja uma simples admiração mesmo. Só sei que gosto de parar para admirá-la e, muitas vezes, é uma das coisas mais difíceis de registrar para compartilhar a beleza do momento.

Quando pequena, aprendi que a lua aparecia à noite. Depois, percebi que há vezes em que ela surge também entre raios de Sol, e divide o céu e o dia com ele. Ontem foi um destes, e felizmente consegui fazer um registro que representou bem o momento. Fiquei feliz! 🙂

Lugares além das redes: Ouro Preto – MG

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Quando pensei em escrever sobre lugares que conheci e gostaria de compartilhar aqui no blog, tinha em mente que precisava começar por algum lugar especial. Não somente “mais um destino turístico”, mas que fosse sobre um momento legal, que é onde quero focar. Decidi que começar falando de Ouro Preto – MG seria uma baita pedida!

Visitei a cidade em março de 2015, em uma viagem de trabalho que virou passeio. Fui com meu namorado, para fotografar um casal de noivos, a Camila e o Giovano, que não poderiam ter escolhido destino mais charmoso para suas fotos de pré-casamento. E melhor ainda: eles estavam fazendo aniversário de namoro, já aproveitaram a viagem pra comemorar e curtir este pedacinho da preparação para o casamento deles, que foi sempre pensado com muito carinho. Dois dias de fotos, mais três dias de passeio para aproveitar a cidade, tempo suficiente para ser inesquecível e deixar aquela saudade quando se lembra, e vontade de voltar mais vezes.

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Eu, particularmente, nunca tinha pensado em visitar Ouro Preto, também nunca tinha parado para ler mais sobre a cidade. Já tinha ouvido falar e visto algumas matérias de lá, sabia mais ou menos onde ficava, mas nunca tinha pensado “um dia quero conhecer Ouro Preto”. Sabe como é né: nas férias, se pensa em praia, nos sonhos, se pensa em conhecer lugares turísticos do mundo, e por aí vai… Continua aquela velha história de não conseguir conhecer tudo que se tem vontade no mundo e tal.

Não tivemos muito roteiro, afinal, os noivos seriam quem iriam decidir sobre os rumos, e no final, eles também não programaram muito. Foi uma das melhores coisas do passeio, porque descobrimos juntos a cidade. Cada um havia lido alguma coisa sobre algum lugar que achou interessante na internet, e fomos juntos procurando e nos maravilhando, além de conhecer outros tantos.

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Alguns momentos dos passeios

E não perdemos tempo de passeio por conta disso, porque dependendo do destino isso acontece, por termos que ficar decidindo os lugares para visitar na hora, acho que isso acontece mais em cidades maiores. O centro histórico de Ouro Preto é todo lindo, cheio de detalhes em cada paisagem, diferente de tudo o que eu já havia conhecido.

Não era nada ruim decidir o roteiro de passeios tomando um café com uma vista assim:

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Foto: Marcelo Brum

Ou almoçando em um restaurante típico com sobremesas assim:

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Detalhe: os pratos do almoço mesmo eu não fotografei, mas estavam deliciosos. É porque tenho uma “pequena” quedinha por doces, aí sabe como é, não resisti né

Tudo lá tem um ar meio antigo sabe? É até meio engraçado, diferente, porque tudo parece cena de novela de época, o clima da cidade é todo assim, meio cinematográfico… um amor só! Em cada cantinho que a gente olha tem algo que remete à um tempo passado, que na verdade nem vivemos, mas que conhecemos através de histórias.

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Foto: Marcelo Brum

Parece que, ao entrar naquelas casinhas, vou encontrar luz de velas e nada de televisão ou internet. Mas claro que não é assim, porque o local é todo voltado ao turismo, a estruturação que eles têm para receber visitantes, pelo que pude perceber, é ótima: muitas pousadas, além de hotéis e hostels, e independentemente se você estiver em um museu ou em um restaurante, até mesmo os seguranças ou garçons têm histórias incríveis daqueles lugares, que muitas vezes foram senzalas ou moradia de importantes nomes da história do Brasil. Dá pra perceber a vontade e o ânimo que eles têm em passar esse conhecimento, o que acaba nos instigando ainda mais a saber sobre a história de tudo.

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Outra coisa interessante que aconteceu lá foi justamente essa coisa de descobrir a história. Descobrir que aquela igreja que passamos várias vezes logo que chegamos na cidade (dentre as tantas que existem lá – que são muitas meeesmo!), era a famosa Igreja de São Francisco de Assis, uma das mais importantes criações de Aleijadinho, ou que a Praça Tiradentes é o local onde foi exposta a cabeça de Tiradentes no passado, ou que em uma das salas do museu Casa dos Contos foi morto o poeta Claudio Manuel da Costa, ou que o Museu da Inconfidência era uma prisão e foi construído com pedras enormes que eram carregadas pelos escravos… Tipo “CARACA!!”, muita coisa importante que eu tinha estudado na época de colégio, aulas de artes, história, literatura… tudo ali, na minha frente.

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E sei que não era só eu que não sabia de tudo isso, conversei com muita gente quando retornei, e por isso estou contando aqui também. Quero poder mostrar para mais gente como é interessante conhecer os detalhes dessa linda cidade, uma pena que não tive tempo de saber mais, e conhecer mais, mas foi uma experiência incrível.

Não quero me estender muito, mas é que tem tanta coisa legal pra contar de lá, que não posso deixar comentar sobre só mais uma coisinha: as ladeiras! Eita lugar pra gostar de subir e descer, meu Deus do céu!!! Tem umas que são impressionantes de tão íngremes. Bom pra tirar a culpa depois de comer pão de queijo e aqueles doces maravilhosos que têm por lá. 😛

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Tiveram vezes em que olhamos o caminho no mapa, e resolvemos cortar caminho para “ser mais rápido”, minha nossa, pra quê? Algumas distâncias eram menores no mapa, mas quando a gente chegava, eram praticamente uma escalada! Mas é tudo lindo e sempre compensa, passar por caminhos diferentes sempre pode levar a lugares interessantes. Fica a dica de calçar algo confortável.

Enfim, eis um resumo do que encontrei em Ouro Preto e senti por lá, o que acharam? Espero que eu tenha conseguido mostrar um pouquinho do que é. Ah, e uma hora dessas, talvez, eu ainda faça um post para falar especificamente dos lugares interessantes que conhecemos lá. Vamos ver como vão andar as coisas, já que essa é a primeira postagem desse assunto aqui no blog, de pouquinho em pouquinho eu vou contando. 🙂

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Mais alguns cliques que o Marcelo fez

Sim, o tempo vai continuar voando

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Foto: Marcelo Brum

Com o passar do tempo mudamos a forma como percebemos algumas coisas. Geralmente há épocas, ao longo da vida, para estas mudanças, que ocorrem quase sempre de forma simultânea às etapas que passamos. Porém, ultimamente tenho visto tanta gente impressionada com o tempo. Com o passar do tempo.

Sei que a forma como vejo o tempo passar, hoje em dia, é diferente de como eu via quando era criança. Mas sempre pensei que a impressão que tenho de que me faltam horas nos dias, dias nas semanas, e semanas nos meses, fazendo com que um ano passe num piscar de olhos, fosse natural da fase que estou passando. Muitos compromissos, trabalho, faculdade, vida social, vontade de aprender e de contar de tudo um pouco… São tantos afazeres acumulados nessa época da vida, mas sei que muita gente passou, passa e ainda vai passar por isso, não sou a primeira, muito menos a última.

O que chama a atenção é a quantidade de pessoas – que estão em diferentes épocas da vida, diga-se de passagem – concordando com a velocidade que o tempo tem passado. Obviamente, é apenas uma impressão em comum, pois 24 horas continuam sendo 24 horas. Mas que tem muita gente impressionada com a rapidez que as coisas andam, aaaaaah tem! Não sei se isso é bom ou é ruim, mas procuro sempre ver o lado positivo.

Nesta época de virada de ano, é corriqueiro que façamos uma retrospectiva básica de tudo que se passou. E, pensando bem, aconteceu muita coisa em 2015! O tempo passou rápido sim, mas muitas coisas foram feitas, outras tantas mudaram… Apesar das dificuldades, o saldo é positivo, tudo é aprendizado, e cada aprendizado é uma conquista.

Enfim, acredito que tanto coisas boas quanto aquelas nem tanto, duram o tempo necessário para deixarem sua marca, um aprendizado. Desejo que o ano que se inicia hoje também seja de grandes conquistas para todos nós, independente da velocidade com que elas aconteçam. Sei que o tempo não vai parar de voar, então vamos aproveitar para sermos felizes. Feliz ano novo!