
Encontrei esse papel amassado, com um poema impresso, que escrevi quando devia ter uns 8 ou 9. Comic Sans ainda era moda.
Lembro que escrevi à mão mesmo. Só fui passar pro computador mais tarde, quando tava aprendendo a usar, no que minha mãe tinha no trabalho.
Lembro até das cores: título em rosa, texto em roxo, mas a impressora não era colorida. Tudo bem, o importante tá registrado.
Dobrei, e deixei em algum lugar, devo ter dado de presente aos meus pais, porque quando fiz essa foto, tava junto na caixa de receitas da minha mãe.
Hoje, vejo que mostra muito da minha essência, pra ter escrito (e pensado) assim tão nova. Alguns pontos me chamaram atenção:
As diferenças mais importantes, as quais optei por citar, na minha visão de criança, foram apenas idade e cultura. Quem dera fosse só isso!
Ao mesmo tempo, lembrei de pontuar que são as diferenças que dão sentido à vida. É, a mania de ver os dois lados, de chamar atenção para o positivo, e tentar tirar aprendizado até das adversidades, já vem de tempos.
As estrofes, bem marcadas e pontuadas, como há pouco tempo devia ter aprendido. Que bom que com mais tempo aprendi que na escrita posso ser livre. Ser poesia e rima sem regras, seguindo apenas a minha intuição.
E claro, o principal, que é pensar no coletivo e viver lado a lado. Tão importante e que faz tanto sentido na situação que estamos passando.
Aproveito e faço uma observação final: furacões passam, esse também vai passar.
—
FURACÃO
A vida é um furacão
Onde tudo se mistura,
Não importa a diferença
Se é de idade ou de cultura
Só que alguns nessa mistura
Ficam meio transtornados,
E esquecem que a vida
É vivida lado a lado.
Só que esses transtornados
Neles só querem pensar,
Mas no final de tudo
Com eles mesmos irão acabar.
Neste mesmo furacão
Existe um outro lado,
Há pessoas que fazem o bem
E vivem lado a lado.
Esses que fazem o bem
Bem também irão ficar,
Porque no final de tudo
Recompensas irão ganhar.
Por causa das diferenças
Continua o furacão,
Se elas não existissem
Tudo seria em vão…